Quem Assistiu? - Ed Wood
"Acredite em você mesmo!". "Não dê bola para o que os outros falam!". "Nunca desista!". Todos estamos bastante cansados de ver frases como essa por todos os lados, seja em livros de auto-ajuda, em filmes com belíssimas mensagens de moral, ou em alguma música new wave; e todos sabemos que seguir a risca esse tipo de conselho é o segredo para obtermos sucesso na vida.
"Ed Wood" (1994), de Tim Burton, vem nos mostrar exatamente o oposto dessa idéia. Nos mostra que, mesmo seguindo à cartilha a risca, o fracasso é uma idéia tão real e possível quanto (ou, provavelmente, mais que) o sucesso.
Antes de começar a falar sobre o filme, uma breve introdução. Edward D. Wood Jr. foi um diretor/escritor/ator de filmes durante a década de 50. Seus filmes receberam uma curiosa fama póstuma devido à total falta de talento de Wood como diretor, escritor e editor das fitas, para não citar a tendência a escolher atores de habilidades no mínimo duvidosas, prejudicadas ainda mais pelos sofríveis diálogos escritos por ele. Seus filmes são marcados também por serem os últimos trabalhos do eterno Drácula, Bela Lugosi, que faleceu durante a produção daquela que o diretor considerava sua obra-prima. Dois anos após sua morte (pobre, alcoólatra e reduzido a escrever romances pulp e a dirigir filmes pornográficos), foi eleito o Pior Diretor de Todos os Tempos, e nesse momento sua carreira recebeu um irônico impulso, recebendo novos fãs dispostos a "admirar" seu trabalho, elevando-o a uma espécie distorcida de ídolo cult.
Se Ed Wood, o filme, é ou não uma transposição fiel da vida de Ed Wood, o diretor, pouco importa. É certo que diversas liberdades poéticas foram tomadas, mas sem exageros e de modo a grandificar o trabalho de Tim Burton, fã assumido do trabalho de Ed. A retratação de Wood na tela é magestralmente executada por Johnny Depp, em um dos frutos de sua infalível parceria com Burton, e que prova que o talendo de Depp como ator vai muito, muito além do afeminado Jack Sparrow, protagonista de "Piratas do Caribe". Mas mesmo a genial atuação de Depp é superada por Martin Landau como o decadente Bela Lugosi, atuação essa que rendeu um mais do que merecido Oscar a Landau. No geral, o elenco funciona muito bem como um conjunto. Uma dica: é interessante assistir às produções de Wood antes de assistir a esse filme, ou pelo menos a "Plan 9 From Outer Space", pois o filme é recheado de referências a essas obras.
O grande mérito de Ed Wood é a maneira com que ele retrata o diretor. Wood é uma pessoa esforçada. Wood acredita na qualidade do próprio trabalho, não importa o que as críticas digam. E, principalmente, Wood nunca desiste. Fracasso após fracasso, derrota após derrota, Wood está sempre pronto para tentar de novo, para começar um novo trabalho - pois, em sua mente, ele é talentosíssimo, as pessoas que falham em enxergar sua genialidade. Uma seqüência que expressa bem isso é quando Wood diz que o que vale num filme é o contexto geral, e que ninguém presta atenção nos pequenos detalhes; e provavelmente foi essa filosofia que levou o Ed Wood real a produzir filmes tão cheios de buracos, efeitos especiais falhos e falhas de continuidade.
Não vou me demorar muito no roteiro ou nas peculiaridades da personalidade de Wood, pois o filme retrata isso (especialmente essa última) muito melhor do que eu conseguiria em um ou dois parágrafos. Em resumo, o filme trata de um período específico da vida de Wood, aquele em que ele produziu os três longas-metragens que mais marcaram sua carreira, "Glen Ou Glenda?", "A Noiva do Monstro" e "Plano 9 do Espaço Sideral" - segundo ele, a sua obra prima. "Ed Wood" não teria o mesmo impacto se o diretor produzisse obras de qualidade, não seria tão marcante se o trabalho e a persistência de Wood o conduzissem ao sucesso; nesse caso, seria apenas mais um drama hollywoodiano qualquer.
Ressalto como uma das mais geniais e emocionantes cenas do filme a última, a estréia de "Plano 9 do Espaço Sideral", a obra-prima de Wood que seria amplamente considerado o pior filme já feito, e que viria a eventualmente ser o filme pelo qual ele seria lembrado. E o filme termina no momento ideal, com um Wood cheio de esperanças para o futuro, o que torna o tom do filme ainda mais irônico, pois o trágico desfecho de sua carreira não é mostrado em tela (apenas em um letreiro explicativo no final do filme, típico de fitas baseadas em fatos reais). A questão é que o que realmente importa aqui não é o resultado final do trabalho de Wood, mas sim todo o esforço que o levou até lá, e o fato de ele acreditar ser um vencedor, por mais que, aos olhos da sociedade, ele não o seja. Esse é um dos temas debatidos no filme, aliás: será que acreditar que é um vencedor não o torna um, mesmo que todos os outros discordem?
E se você não gostar desse filme, saiba que você tem uma mente estúpida! Estúpida! Estúpida! :-)
PS. O link no título leva para a versão completa de Plan 9 From Outer Space no YouTube, postada lá sem quebrar leis de direitos autorais pois o filme caiu em domínio público. Infelizmente, é em inglês e sem legendas, mas mesmo se você não entender inglês dá pra ter uma noção.
Ele é um deles! - Prólogo
O Velho Hemming era chamado assim desde que ele se entendia por gente, e isso não fazia muito tempo. Ele dizia, para todos que tivessem paciência de ouvir, que sua vida havia mudado completamente depois que conhecera o Chefe. Antes do Chefe ele era só mais um patético batedor de carteiras como qualquer outro, depois do Chefe tudo havia mudado. A verdade era que o Velho Hemming havia sido só mais um patético batedor de carteira a vida toda, e continuou sendo só mais um um patético batedor de carteira mesmo depois de começar a trabalhar para o Chefe, mesmo que agora carregasse uma Glock .17 dentro da cueca. Ele nem era tão velho assim; tinha lá seus quarenta e poucos anos, mas o apelido vinha porque ninguém durava tanto assim naquele ramo sem subir na vida ou ficar com uma quantia absurda de chumbo alojada no cérebro.
Não gostava de falar sobre seu passado e gostava de manter um clima de mistério quando o assunto chegava aos seus pais. A verdade que só ele sabia, porém, era que seu pai era um fracassado qualquer, gordo demais e incapaz de manter qualquer relação social com qualquer outra pessoa, quanto mais sexual; num momento de desespero, ele estuprou a primeira garota menor de idade que passou pela sua frente, e depois se suicidou. A garota engravidou e teve o filho, mas a pressão foi demais para ela suportar; como numa novela de tevê excessivamente dramática, acabou ficando doente e morrendo.
"Que saco, não?". O Velho Hemming repetia essa frase para si mesmo diversas vezes ao dia, sempre que pensava no que havia conquistado em sua vidinha longa e inexpressiva. "Que saco, não? Quarenta anos roubando uma coisinha aqui, uma coisinha ali, e eu consegui construir exatamente nada com a minha vida. Que saco, não? Saio dessa na primeira oportunidade que aparecer, ah se saio."
A primeira oportunidade demorou, mas apareceu. O Chefe ia fazer uma venda de uma quantia considerável de pó para uma outra família. O transporte até o local seria feito em três carros; precisava-se de um guarda-costas para cada um, que deveriam ficar perto da droga até a transação ser concluída. O Velho Hemming soube, naquele instante, que aquela era sua grande chance de melhorar sua imagem perto do chefe e subir na carreira. Imaginou para si um futuro realmente grandioso, morando em uma mansão afastada da cidade, comandando a máfia de Berlim, com mais poder, mulheres e dinheiro do que jamais poderia ter sonhado. "Que maravilha, não? O futuro será generoso comigo, ah se será!"
**************
Deu tudo razoavelmente certo no transporte. A transação seria realizada numa fazenda afastada; o motorista que andava no mesmo carro que o Velho Hemming parecia extremamente nervoso. Fez algumas besteiras que chamaram a atenção de um guarda. O Velho Hemming não se lembrava de outra ocasião em que tivesse suado tão frio. O guarda verificou os documentos e a licença do carro, julgou que estava tudo certo e mandou eles prosseguirem. Não havia percebido as armas debaixo dos bancos, quanto mais a droga no forro do porta-malas.
"Que alívio, não?".
**************
As três malas de dinheiro paradas no chão, cada uma ao lado de um capanga armado que mais parecia um gorila, chamavam o Velho Hemming. Aqueles eram seu passaporte para uma vida melhor. Não havia como dar errado, estava tudo ali na frente, tão fácil.
A tensão no ar era palpável. Nenhum dos dois lados confiava no outro, e os dedos posicionados nos gatilhos tremiam tanto que os velhos rifles de assalto poderiam disparar a qualquer momento. A AK-47 de Hemming estava bem posicionada no seu peito; não que ele esperasse usá-la, mas precaução nunca era demais.
Cada um dos três gorilas levantou uma mala. À frente deles vinha um figurão da outra família, com um maço de cigarros na mão.
O Velho Hemming tremia.
O figurão da sua família começou a avançar também; o Velho Hemming o seguiu, carregando um dos três pacotes de droga.
A tensão aumentava.
Os dois figurões pararam, um na frente do outro.
O Velho Hemming conseguia ouvir a respiração de todos a sua volta.
O figurão da família rival tirou um cigarro do maço, e o colocou na boca.
"Que droga, não? Isso podia acabar logo."
A mão do sujeito soltou o cigarro em sua boca e foi para dentro do seu paletó.
O Velho Hemming não teve dúvidas. Apontou a AK para a cabeça do desgraçado, e puxou o gatilho. A bala foi direto através do crânio, acertando uma parede de madeira da velha fazenda. Nada mal para um primeiro tiro.
Para toda ação há uma reação, e o Velho Hemming logo achou-se no chão, com o peito mais perfurado do que uma peneira, sangrando como um porco.
Enquanto os sons e imagens do mundo real pareciam se distanciar, o Velho Hemming teve um último momento de genialidade.
"Um isqueiro! Ora, o desgraçado não ia puxar uma pistola, era só uma desgraça de um isqueiro pra acender a merda do cigarro... Que saco, não?"
E então tudo ficou escuro.
***************
O Velho Hemming não sabia e nunca ficaria sabendo, mas ele seria o primeiro a se levantar.
Quem Ouviu? Álbuns de 2006
Esse texto é de um ponto de vista totalmente pessoal: não estou preocupado com o novo disco do David Gilmour, do Blind Guardian ou do Sandy & Junior. Mas com alguns membros postando, esperamos abranger uma variedade maior de estilos. O autor desse texto é totalmente parcial e não está nem um pouco preocupado se alguém discorda dele.
Rock Star Supernova - Rock Star Supernova
Rock Star Supernova é uma banda que surgiu em um reality show nos EUA. A função do programa era encontrar um vocalista para gravar um álbum com uma 'superbanda': Tommy Lee, baterista do Mötley Crüe; Gilby Clarke, ex-guitarrista do Guns N' Roses; e Jason Newsted, ex-baixista do Metallica.
Uma banda surgida em reality show geralmente já não tem esperança nenhuma. Eu acharia o mesmo da Supernova. Mas ao ver esse time, eu esperei que viria algo razoável. Pois é.
O negócio começou errado na função inicial do reality, que era encontrar um vocalista. Não vi o programa, mas posso garantir: eles pegaram um dos piores vocalistas. O carinha (Lukas Rossi, que já fez uns serviços aleatórios antes, mas nada 'grande') tem um visual bagaceiro e não canta porcaria nenhuma. Eu pensei em dar uma chance e não ouvir apenas esse álbum para dar o veridito sobre a voz do sujeito. Ouvi ele cantando Livin' On a Prayer, do Bon Jovi. Precário. Cantou uma versão lenta e acústica, ou seja, não teve tanta mudança das estrofes pro refrão. Mesmo assim o cara consegue ser péssimo. O refrão ficou escroto. Sem contar que mudou as linhas vocais e trocou pedaços da letra, vá se ferrar. Eu poderia me prolongar, falando sobre versões acústicas do Jovi, que eu adoro, mas isso não vem ao caso.
O álbum, auto-intitulado, foi lançado dia 21 de novembro, pouco mais de dois meses após o projeto de vocalista ser escolhido. Talvez isso explique a várzea - não tem uma música que se salve. Eu diria que Be Yourself (and 5 Other Cliches) é a música menos ruim do álbum, porém não consegui ouvir muitas vezes. No geral não tem uma música que se destaque. É um som feio, sujo, não empolga nada e dói o ouvido. A guitarra em geral é péssima, imunda, parecendo que usaram um amplificador de padaria. Algumas músicas são mais faladas do que cantadas. Isso poderia ser bom, mas obviamente, aqui ficou péssimo. Todo o álbum soa artificial, não é uma coisa que dê vontade de ouvir.
Meu medo é o de que essa banda continue. Imagino que com essa (falta de) qualidade, não venham a fazer sucesso suficiente para lançar outra coisa. Tommy Lee deve de se divertir muito mais no Mötley Crüe, Gilby Clarke devia continuar só na carreira solo e Jasos Newsted... bom, não sei o que ele faz da vida, mas certamente é melhor que isso.
Não sei qual foi a recepção do álbum nos EUA, mas eles estão fazendo shows por lá. Imagino que os shows tenham público apenas por causa de seus músicos; um álbum daqueles com onze músicas xaropes não atrairia muita gente.
Nota: -2.
Vídeo com Be Yourself (and 5 Other Cliches)
Tracklist
1. It's On
2. Leave the Lights On
3. Be Yourself (and 5 Other Cliches)
4. It's All Love
5. Can't Bring Myself To Light This Fuse
6. Underdog
7. Make No Mistake... This Is the Take
8. Headspin
9. Valentine
10. Social Disgrace
11. The Social Disgrace
***
Paul Stanley - Live to Win
Desde Psycho Circus, de 1998, o Kiss largou mão de lançar coisa nova. Foram várias turnês, lançamentos ao vivo e compilações. Além de, é claro, um novo produto por semana. Quando irão lançar algo inédito, se vão, não se sabe. De inédito restam os solos dos integrantes. Gene Simmons lançou o dispensável 'Asshole', que começa mal já pelo nome, e não é necessariamente inédito.
Até que em outubro último Paul Stanley lança seu segundo álbum solo em 28 anos: Live to Win. Álbum muito aguardado pelos fãs, afinal, se não tem algo do Kiss, já serve do líder da banda. E serve mesmo - Live to Win é um ótimo álbum.
Stanley já começou bem na composição: quem participa do álbum é Desmond Child http://en.wikipedia.org/wiki/Desmond_Child, compositor que trabalha com dúzias de pessoas e faz músicas do tipo Dude (Looks Like a Lady) (Aerosmith), You Give Love a Bad Name (Bon Jovi) e Livin La Vida Loca (Ricky Martin) (!), além de várias músicas do Kiss, como o hit das discotecas I Was Made For Lovin' You.
O álbum tem dez faixas e todas elas têm menos de quatro minutos. Apesar da simplicidade, são boas músicas, sendo delas três baladas. Essas por si não são ruins, até agradam, mas as deixo em um patamar abaixo. São sete músicas que demonstram que Paul ainda está vivo (e para vencer - kekeke). O álbum tem um som moderno, com elementos eletrônicos aqui e ali, diferenciando da sonoridade do Kiss, mas a aura é a mesma.
Como já disse, as músicas são curtas; são diretas e com refrões que dão vontade de cantar alto (normal), incluindo as baladas. Há poucos solos de guitarra em geral, mas, para mim, não fizeram falta. Tudo se encaixa bem em Live to Win. A música título começa com uma batida que lembra uma certa Have a Nice Day.
São dez faixas cheias de energia, indico todas. Delas destaco Where Angels Dare, minha preferida deste CD. Espero que venha mais coisa pela frente, seja com o Harvey ou com o Kiss (que tem atualmente uma ótima formação, que certamente faria algo bom no estúdio).
Live to Win é um álbum fácil de escutar e que certamente agradará a muitos gostos. Altamente recomendado.
Tracklist
1. Live to Win
2. Lift
3. Wake Up Screaming
4. Everytime I See You Around
5. Bulletproof
6. All About You
7. Second to None
8. It's Not Me
9. Loving You Without You
10. Where Angels Dare
***
Skid Row - Revolutions Per MinuteQuando decidi escrever sobre o novo álbum do Skid Row, já tinha a idéia de dizer que era um péssimo CD. Obviamente fui ouvir o álbum novamente, pois tinha ouvido pela última vez alguns meses atrás. E o estranho foi que percebi que o CD não é lá tão ruim. Mesmo assim, fica muito aquém do Skid Row antigo (lá vem as comparações...), e no geral não o recomendo.
Quando ouvi a notícia de que o álbum seria produzido pelo mesmo cara que produziu Slave to the Grind (na minha opinião, melhor CD do Skid Row, fácil), tive uma ponta de esperança de que a banda voltasse a ser um pouco do que era nos tempos de Sebastian Bach. Também gostei da capa e do nome. O disco anterior, Thickskin, é bem limitado. Talvez até seja um álbum razoável, mas em comparação com algum anterior da banda, não tem chance (é, preciso comparar).
No geral, Revolutions Per Minute soa mais punk do que hard rock. Mas é um punk que eu não gosto nada (ver Riot Act, do Slave to the Grind, música com pitada de punk que eu adoro). O Skid Row sempre teve isso de punk (ou seria só o baixista e líder da banda, Rachel Bolan?), mas nesse álbum ficou totalmente à tona. Há também influência country, explícita na faixa You Lie, por exemplo.
Tenho que admitir que apesar de não gostar do vocal nem do timbre das guitarras, algumas músicas são agradáveis até, e tem refrões bonzinhos. Pulling My Heart Out From Under Me tem um instrumental xarope, um vocal tosco, mas um refrão que gruda. Mas como disse, o timbre das guitarras não agrada. São em geral, digamos, 'fracos'. Não há a força das guitarras de
Monkey Business ou Eileen, nem solos ou riffs interessantes. Parece que Snake e Scotti Hill perderam a criatividade. Outra coisa que não gostei foi da bateria, igualmente sem graça. O atual baterista (quem?), ou é meio ruim, ou teve que tocar desse jeito mesmo. Os dois juntos, talvez.
Os caras decidiram não pôr baladas no álbum. Porém, prefiro um álbum com dez
In An Darkened Room, por exemplo, do que esse.
Resumindo, Revolutions Per Minute não é um bom álbum em geral e muito menos em comparação com os três primeiros do Skid Row. Não deixa de ser legal de ouvir bem casualmente (When God Can't Wait é animadora), porém ele deixa muito a desejar. Depois desse, tenho certeza de que o Skid Row não voltará a fazer o som de antes. Não sou daqueles que suplicam para ser como antes, que volte Sebastian Bach e que todos vivam felizes para sempre. Só quero que façam música boa. Mas não fazem. Talvez, quem sabe no futuro, façam algo bom. Mas duvido muito. Enfim, com licença que agora vou ouvir Living on a Chain Gang para relembrar os bons tempos.
Vídeo de
When God Can't Wait.
Tracklist
1. Disease
2. Another Dick In The System
3. Pulling My Heart Out From Under Me
4. When God Can't Wait
5. Shut Up Baby, I Love You
6. Strenght
7. White Trash
8. You Lie
9. Nothing
10. Love Is Dead
11. Let It Ride
, cuja introdução tocava no programa da Xuxa e daí pensavam que a música era da Xuxa. A banda se separou em 1992, seus membros lançaram discos solo e tocaram por aí. Até que em 2003 eles resolvem se juntar novamente, para gravar álbum e turnê.
Banda dos anos 80 voltando no século 21 era uma coisa que geralmente não dava certo. Mas em 2004 o Europe lançou o ótimo
. Seria só um acaso ou realmente voltaram de verdade? Com o próximo álbum veríamos que o Europe voltou pra ficar.
Em 2006 é lançado Secret Society, sétimo álbum da banda e o segundo desde a volta. Eu não sabia o que esperar desse CD, mas as melhores expectativas foram atendidas. Secret Society supera Start From The Dark e é um dos melhores da banda.
O álbum começa com a faixa-título: guitarras altas e vocal distorcido de Joey Tempest. Interessante é que a música inteira só possui uma estrofe. O maior destaque dela fica por conta dos belos solos de John Norum - o que se repete por todo o álbum. Muita porradaria depois e começa a segunda faixa e primeiro single, Always The Pretenders. Introdução lenta e o peso da anterior volta à cena. Calma, dessa vez não há apenas uma estrofe. Outro boa música, mantendo o ritmo do álbum.
Em seguida vem The Getaway Plan. Tão boa quantas as anteriores, com solo rápido e riff empolgante, é uma das minhas favoritas do álbum. A seguinte é a primeira música lenta: Wish I Could Believe. Música agradável de ouvir, mantém o nível do disco. Let The Children Play volta ao peso, mas não tão rápido. O maior destaque da música é o coro de crianças que assume o refrão no final, num dos melhores momentos do disco.
Human After All e Love Is Not The Enemy são porradas que mantêm o nível das anteriores. A Mother's Son para mim é a música mais fraca de todo o CD, lenta e chatinha. Forever Traveling é pesada, mas é uma música para relaxar. Brave And Beautiful Soul e Devil Sings The Blues encerram o álbum, com a mesma qualidade, com destaque para o solo dessa última.
O único defeito do álbum talvez seja o vocal de Joey Tempest, que está distorcido em várias músicas. Mas talvez não seja tão ruim assim, pois apesar de não natural, encaixou bem no álbum, que no geral, possui um som moderno.
Secret Society tem o que eu chamo de 'bateria consistente', que é som de bateria decente, não aquele som sem força, como de Revolutions Per Minute, por exemplo. Soma-se a isso grandes riffs e solos. Resumindo, para mim, o melhor álbum de 2006.
.
1. Secret Society
2. Always The Pretenders
3. The Getaway Plan
4. Wish I Could Believe
5. Let The Children Play
6. Human After All
7. Love Is Not The Enemy
8. A Mother's Son
9. Forever Travelling
10. Brave And Beautiful Soul
11. The Devil Sings The Blues