quarta-feira, agosto 23, 2006

Meteoro

Júlio estava radiante. Seus olhos brilhavam. Finalmente havia ganhado o que tanto queria: Uma guitarra. Finalmente ele podia transferir o que tinha aprendido no violão para um som amplificado e distorcido. Também iria poder montar a sua banda – coisa que sonhava em fazer desde que tinha ganho o seu violão – Mal retirou sua stratos da embalagem começou a ligar tudo. Conectou todas as tomadas na parede, segurou sua guitarra e quando iria ligar o amplificador, o telefone tocou.

Ao atender o telefone logo reconheceu a voz de seu melhor amigo: Marcos. Ele estaria em cinco minutos na casa de Júlio. Marcos tocava baixo e compartilhava do mesmo sonho de montar uma banda. Júlio se arrumou e quando Marcos chegou, o avisou da novidade. Agora teriam de sair em busca de outros membros.

Estavam andando pelas ruas quando ouviram um som que mais parecia uma televisão fora do ar com volume no talo. Logo estavam conversando com Lucas: Um menino magricela e alto com cabelos cobrindo o seu rosto por inteiro. Quem olhasse de repente tomaria o maior susto de sua vida. Ele também tocava guitarra e aceitou o convite dos dois garotos. E ainda mais, falou que conhecia um ótimo baterista.

Cauê realmente tocava bem. Tinha o demônio no corpo – como diria sua vizinha todos os dias cansada com o barulho infernal que era obrigada a ouvir. - E logo aceitou o convite também. Cauê tinha uma bela irmã mais velha que vendo a movimentação no quarto do irmão logo se inteirou do assunto e se ofereceu para cantar. Nem ouviram sua voz: Todos aceitaram na hora.

O leitor deve estar se digladiando com uma questão: “Como é que todo mundo aceita em entrar na banda assim facilmente?”. É simples: Vontade de aparecer e uma ajuda vinda de uma ficha de inscrição para o festival de música local. Era a grande chance de todos se sentirem ídolos. E tinham tudo para isso: Uma cantora que berrava como uma gralha e era linda, um baixista que sabia tocar as mesmas notas da guitarra base como ninguém, um guitarrista solo que imitava o som de uma multidão num sorteio de uma casa dentro de um shopping com má acústica, um baterista sem coordenação e um guitarrista base que nunca tinha tocado guitarra.

Fizeram à inscrição. Estavam muito animados. Júlio convidou-os para ensaiar em casa, seus pais iriam voltar tarde.

No caminho encontraram uma colega de escola de Júlio e Marcos. Marcela era a típica fofoqueira e sabendo de tudo ficou de avisar todo mundo. Já tinham a banda, já tinham público. Faltava ensaiar. Chegaram na casa de Júlio, aprontaram tudo. Júlio ligou o amplificador: Era o som que ele tanto queria: Potente, alto, impactante: O som de um amplificador 110 volts ligado numa tomada 220.

5 Comentários:

Às quinta-feira, agosto 24, 2006 7:20:00 PM , Anonymous Anônimo disse...

OMG OWNED
Que mau você, walb :( pobres garotos XD

 
Às quinta-feira, agosto 24, 2006 7:37:00 PM , Anonymous Anônimo disse...

Depois de discutir um pouco no mirc e finalmente entender do que se tratava o texto, posso dizer que gostei :D

 
Às sábado, agosto 26, 2006 5:06:00 PM , Blogger Diogo/Fou disse...

The child is grown
The dream is gone
And I have become
Comfortably numb.

perfeito.

 
Às terça-feira, outubro 03, 2006 9:24:00 PM , Anonymous Anônimo disse...

Eu num entendi

 
Às quarta-feira, março 07, 2007 6:26:00 PM , Anonymous Anônimo disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

 

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